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B – O Concílio Apostólico em Jerusalém (Atos 15:1-35)
ATOS 15:6-12
6 Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. 7 E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem. 8 E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; 9 e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. 10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? 11 Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também. 12 Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios.
Após a assembléia geral, que foi realizada na presença de todos os membros, os anciãos da igreja reuniram-se novamente em uma sessão fechada. Seu propósito era encontrar, através da oração e profunda meditação na Lei e os Profetas, uma clarificação da questão da lei e do evangelho. Esta sessão foi longa e aquecida, devido à grande diferença entre as exigências do Velho Testamento e os dons da graça no Novo Testamento. Quem não entender a verdade dessa diferença lê a Bíblia superficialmente. No final da discussão, no entanto, Pedro levantou-se. Ele enfatizou que Deus não pediu a Paulo para ir aos gentios. Em vez disso, Ele o acusou diretamente de comunicar o evangelho aos gentios, realizando assim a sua vontade. Como resultado, muitos creram. Sua fé foi validade não só através da aceitação teórica. Ele tinha se mostrado através de sua entrega total, até de seu coração, a Jesus, e recebeu a salvação que Ele comprou na cruz.
Deus é o Onisciente, que sonda os corações e confirma a fé em Jesus pelo testemunho de Seu Espírito. Todo verdadeiro crente em Cristo recebe um claro testemunho de Deus, escrito em papel não perecível, mas selados com o Espírito Santo, que habita nos corações daqueles que amam a Jesus. Paulo escreveu aos Efésios: "Tendo crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa".
Não há um Espírito Santo para os judeus e outro para os gentios. O judeu que abraça a Jesus vive com o mesmo poder que o crente gentio. Não há diferença entre os crentes em relação à raça, sexo, idade, cultura, posse, etc. Todos são um em Cristo, assim como todos nós somos pecadores por natureza. Todo crente é justificado e purificado pelo sangue de Cristo. O Espírito Santo não habita em qualquer homem sem purificação completa, pois o Espírito de Deus e o pecado não podem dividir entre si o coração. Qual dos dois habita em você, o Cristo ou o mal?
Pedro continuou seu testemunho sobre a livre obra de Deus. Ele disse que os advogados da lei estavam contradizendo a Deus. Se fosse a intenção do Santo resgatar os gentios sem lei, então nenhuma criatura poderia impedi-lo de realizar sua vontade. O amor de Deus é maior que nossas mentes e vai além de nossa compreensão.
Com esta defesa Pedro chamou a lei "um jugo pesado", do qual Jesus nos libertou, dizendo: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Aquele que tem a intenção de cumprir a lei de Moisés através de seu próprio poder é esmagado pela impossibilidade da ordem de Deus: “Sede santos, porque eu sou santo”. Ninguém pode ser santo como Deus é, pois a lei supera completamente aquele que procura a santidade no seu próprio mérito. Cristo nos livrou totalmente do jugo do Antigo Testamento. O próprio Cristo o carrega conosco. Nós não podemos viver sem um jugo divino, pois este jugo simboliza a nossa comunhão com Deus e Cristo. Estamos unidos com ele no Novo Testamento, que é o jugo fácil. Nós vamos aonde ele vai, e paramos onde ele pára. Nós mudamos através de Sua humildade e mansidão.
Pedro deixou claro para os advogados em Jerusalém que nem eles nem ele nem seus pais piedosos podiam guardar a lei, porque todos são fracos, ímpios, e indigno da comunhão com Deus. Ao dizer isso ele testemunhou sobre si mesmo que ele, também, era mau e longe de ser bom. Quem não reconhece este princípio ainda não tenha reconhecido Cristo. Ele ainda está com um pé no Antigo Testamento, enquanto com o outro pé tentando entrar no Novo Testamento.
Após esta confissão de Pedro falou o epítome de todas as declarações do Novo Testamento. Na clareza do Espírito ele deu testemunho da bandeira da igreja cristã. A salvação não é através de obras, orações, comportamento correto, a esmola, peregrinação, a circuncisão ou ritos, mas pela mera graça do sangue de Jesus Cristo. Pelo seu sangue e intercessão fiel somos justificados diante de Deus. Nós recebemos o poder que nos leva a praticar o que é impossível - amar os nossos inimigos e tornar-se santificados para o serviço de Deus. Além disso, não acreditamos que seremos julgados no último dia segundo as nossas obras, mais que ser destruído. Nós colocamos a nossa esperança completamente em Sua graça. Nosso passado, presente e futuro são apenas relacionadas com a graça do perdão, a graça de fortalecimento, e a graça da perfeição. Assim, podemos testemunhar com alegria, dizendo: “E da sua plenitude todos nós recebemos, e graça sobre graça” (João 1:16).
Após este testemunho de Pedro, que foi conduzido pelo Espírito Santo, nenhum dos irmãos farisaico ousou dizer uma palavra. Nenhum deles queria testar Deus, e nenhum deles ousou abandonar graça em favor do direito como o fundamento da salvação para vir.
Barnabé, seguido por Paulo, testemunhou mais uma vez para os detalhes do cortejo triunfal de Cristo na Ásia Menor, e como Ele confirmou sua vontade redentora com sinais e maravilhas maravilhosa. Paulo foi poupado neste encontro, dando lugar ao respeitado Barnabé para contar sobre sua viagem missionária. Com Barnabé seu depoimento prestado um serviço final de amor para com Paulo e da igreja. Juntou-se os dois grupos, pois não pôde haver igrejas separadas - uma dos cristãos judeus e outra dos gentios.
O Cristo ressuscitado guiou os apóstolos, pelo Seu Espírito para corajosamente em frente. As mentes de todos os presentes, sendo incapazes de compreender o pleno entendimento da lei, mergulharam em desacordo. Cristo, portanto, trouxe as duas partes discordar juntos, fazendo as suas consciências e experiências no Espírito Santo a base para sua decisão, e não a medida de sua compreensão. Os apóstolos não endureceram seus corações para a voz do Espírito Santo. Eles obedeceram à Nova Aliança e colocaram sua esperança unicamente na graça.
ORAÇÃO: Senhor Jesus Cristo, nós Te agradecemos por guiar os corações dos apóstolos neste conselho que institui a bandeira do evangelho como o candelabro para a sua igreja. Ajude-nos a não recuar para lei judaica para não justificar-nos por nós mesmos, mas para avançar ao trono da graça no Dia do Juízo por meio de nossa confiança em seu sangue. Obrigado porque o Seu Espírito dá testemunho ao nosso espírito que somos filhos de Deus.
PERGUNTA:
- Qual foi a declaração de Pedro que se tornou o assunto do seu sermão? Por que a igreja cristã a considera o fundamento da salvação?
NOTA: É de se observar que esta afirmação do apóstolo Pedro é um dos pináculos do desenvolvimento do Livro dos Atos dos Apóstolos. É, de fato, seu centro espiritual. Além disso, está no meio deste importante livro, com o número total de palavras antes e depois dele idênticos. Este verso é, ao mesmo tempo, a última declaração de Pedro no Livro dos Atos dos Apóstolos. Ele marca o resumo e a coroa de seu sermão. De agora em diante Lucas menciona nada mais sobre a vida de Pedro. Ele havia completado seu ofício como um ministro da igreja, tendo exposto o evangelho da graça de forma conclusiva como o fundamento da verdadeira salvação.